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Toninha



Antonia Pais Oliveira

Desde cedo aprendi que humildade não tinha nada a ver com fraqueza. Nasci num berço humilde, mas rico de amor e determinação, em São Paulo, num 11 de Novembro, lá na década de 50. E, se posso definir família, ousaria por sustentação, uma herança que, aliás, nunca abri mão na minha vida, porque quando você aprende que o amor e confiança são nossas bases, lutar é uma consequência. E como lutei nessa vida... por ideais... por ter personalidade... por viver plenamente... por ser capaz... e para passar toda essa garra e fé para meus filhos, amigos, agregados etc...

Até mesmo sonhar naquela época, sendo mulher, era lutar. Sonhava em ser aeromoça, e acabava indo contra toda a crença da sociedade, até mesmo contra minha mãe, que naquele momento não via outra forma de conduta permitida para uma mulher. E quando a família não apoia, a luta fica mais dolorosa, mas quem disse que sou de desistir? Aprendi muito cedo que a vida é dura quando a gente busca nossos sonhos. Imaginem ser chamada para ser apresentadora do Programa Infantil “Pulmann Junior” da TV Tupi, e ter que desistir por preconceito cultural? Mesmo assim não parei... me realizei como secretária executiva, passando por diversas empresas grandes e conceituadas e, ainda hoje, estou na ativa, amando o que faço.

Casei....  Ufa!!! Naquela época, já me chamavam de titia, e eu tinha, apenas, 21 aninhos, interessante como os conceitos mudam! Eu era considerada avançada demais... abusada demais... e petulante demais para a época, como um homem ia ficar comigo? Só se fosse louco! Hoje, a mãe, a avó, e até a tia bisa Toninha, é a vó pra frente que sempre aparece antes das lágrimas correrem, antes de alguém ser podado de sua liberdade... Que aparece pra ir à balada, pra tomar um chá, pra viajar ou pra, apenas, estar. Porque, lá atrás, aprendi que é estando presente que se fortalece as diferenças e os talentos.

Mas aprendi a duras penas. Quando me separei já era complicado, cuidar de três filhos, com 5, 9 e 12 aninhos, então... Aiaiai... só pra uma super mãe. Trabalhando dia a dia pra sustentar a família, eles acabaram tendo que aprender desde cedo que uma família unida compartilha a responsabilidade, aprendendo a ajudar uns aos outros, pra me ajudar a concretizar nossos sonhos. Cobrei muito deles serem responsáveis, assumirem seus erros e, como não poderia deixar de ser, ir atrás de seus sonhos. Foram garotos sensacionais e hoje grandes homens, eu louvo a DEUS em gratidão todos os dias, são meu orgulho.

Até poderia parar por aqui, com tanta energia e confusão, porém, com essa rápida introdução, acredito que isso possa ter lhes suscitado o quanto minha vida sempre foi um recomeço. Até então, já seria o suficiente pra entender que numa vida tão movimentada, ela recomeçaria, também, aos 60!!! Pois foi aos 61 anos, que realizei um dos meus grandes sonhos, finalmente, após anos trabalhados e já com minha aposentadoria, me formei como “Secretária Executiva” e me senti pela primeira vez uma “Debu”, dançando com meus filhos.






2 comentários:

Antonia disse...

Hoje estou muito emocionada e realmente com uma sensação que existo! Livre, leve e solta, exatamente como essa borboleta ao canto da minha página. Obrigada meu DEUS, por colocar pessoas no meu caminho que me ajudam a ser melhor e me ajudam a enxergar a vida com mais leveza mesmo entre tantos desencontros. Continuo precisando de apoio e dos comentários de todos vocês para que eu possa fazer dessa ferramenta um meio de informações úteis e até inúteis, dependendo do PDV (Ponto De Vista).

Unknown disse...

Palavras emocionantes muito legal Dona Antonia coisas bonitas para as pessoas lerem e se espelhar mais em pessoas boas como você, gostei muito... História de uma mulher guerreira e por isso chegou aonde chegou com saúde com seus filhos com um orgulho enorme da mãe que tem e amada por todos... Grande beijo Erick