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Rê Farah


Regina Silvia de Campos Farah Corsi - (Rê Farah)

A autora, nascida em 09 de janeiro de 1958, é filha do imigrante libanês Boulas Farah e da sra. Hilda Machado de Campos Farah.
É formada técnica em Turismo pelo Colégio Técnico e Industrial de Amparo/SP.
Posteriormente formada no curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Trabalhou como Agente Administrativo no Instituto Nacional do Seguro Social de 1982 a 2011.
Hoje trabalha como empresária em seu próprio negócio, onde tem mais tempo para dedicar-se ao que mais gosta que é a escrita.
Esse é seu primeiro trabalho publicado, um dos muitos que seguramente virão pela frente.



Recompondo

Da parte que lhe coube fortaleza se fez.
Resgatou do beco da sorte,
a vida que lhe aplacou a morte como planta enraizada não se abateu.
E por fim, de cabeça erguida, sempre, sempre, como de costume...
a flor da vida renasceu.



Procurei por ti

Procurei por ti entre as mais altas montanhas,
desertos escaldantes, milhas e milhas de caminhos intermináveis,
sem sequer saber que eras areia aos meus pés...
Procurei por ti entre as tormentas, chuvas de granizo,
enchentes avassaladoras, sem sequer saber
que eras apenas uma gotinha d'água na vidraça da janela...
Procurei por ti nas ventanias dos dias quentes,
nos furacões e vendavais,
sem sequer saber que eras brisa a tocar suavemente meu rosto...
Procurei por ti por entre os mares, oceanos,
represas, rios caudalosos e profundos,
sem sequer saber que eras riacho de águas transparentes e tranquilas...
Procurei por ti entre palácios,
templos e mansões sem saber que eras casinha simples à beira da estrada...
Procurei por ti entre céus e mares e por todos os lugares,
sem sequer saber que era dentro de mim que tu moravas.


Em frente a casa de Pablo Neruda em Santiago do Chile.


Essa casa em Santiago para mim exala poesia.


Em Byblos - Líbano, na terra de meu pai


Trilhos

No dorso de uma saudade traçado está o caminho 
coração que não conhece a derrota nunca há de fraquejar. 
Viagem feita na contra mão segue então 
esse ser valente por essa estrada sem rumo que não sabe onde vai parar.
É o caminho que propõe o destino para onde o amor puder levar.


Entrelaçados

Sendo tua...sou flor em botão. Sendo meu...és semente, és chão.
Sendo tua...sou brilho e estrela. Sendo meu...és luz e constelação.
Sendo tua...sou arrepios e emoção. Sendo meu...és vida e paixão.
Sendo tua...sou só desejos. Sendo meu...és ilusão.
Sendo tua...sou o universo. Sendo meu...és o próprio dia.
Sendo meu, és o último verso, Sendo tua, sou a última poesia.


Sensações

O sangue que queima a pele que arde 
sensações estranhas no latifúndio que me cabe. 
Mas como fênix ergo-me dos escombros
vivendo sem alarde, já não quero mais provar do prato frio e ruim: 
o gosto amargo da insuportável saudade.


Leva

Na doçura do último beijo, 
leva o coração descompassado de desejo. 
Amor que mesmo de longe se faz intenso 
No vai e vem do mar de amor, imenso.


Da dor da despedida

Há despedidas que são como um "vou ali e já volto". 
Outras são para "até um dia, quem sabe." 
Outras ainda, para reencontros em datas marcadas.
Outras para quando o destino quiser, e finalmente outras para nunca mais. 
Hoje é assim que me sinto como um adeus que se vai para nunca mais voltar. 
Como uma casa em reconstrução descartando madeiramentos infestados de cupins 
trocando velhas e enguiçadas fechaduras. As portas que já não levam a lugar nenhum.
E ainda assim, dói-me cada pedacinho dessas paredes


Sem rima

As palavras, as entrelinhas a caneta que rasura,
que risca, rabisca, mete a ponta na ferida. 
O verso do reverso,
a rima da anti-rima,
a palavra que não combina, 
já não há palavra que rime. 
com a rima da tua vida.



Poeminha

Que seria de mim, não fosse a poesia... que extravasa, que alivia e me acalenta o espírito.
Que seria de mim, não fosse a poesia... que enfeita a minha alma, que revela-se em intermináveis silêncios.
Que seria de mim, não fosse a poesia... que sufoca e grita dentro de mim, 
as palavras que nunca terei a coragem necessária para dizer. 
Que seria de mim, não fosse a poesia... essa que escancara, que arde, que queima, 
que transcende, que ilumina, que dá sabor a minha vida!



Da série passarinhando

Toda vez vinha um passarinho... 
Era só eu ir cuidar do meu jardim que vinha esse passarinho
e ficava ali horas a cantar. 
Quantas e quantas vezes ficava ali pertinho e nós dois "a conversar". 
Às vezes, do nada sumia e eu ficava ali a procurar. 
Aí o fujão aparecia sempre mais lindo a me encantar. 
Tal qual passarinho minha alma frágil asa delicadinha 
coração do tamanho de um poeminha, 
desses poeminhas sem pé nem cabeça que nem cabem num peito tão apertadinho...
pobre de mim... pobre passarinho...
tantas vezes sonhei em trocar de identidade, 
nada sabia da felicidade tão pouco o que era maldade...
Mas meu lindo passarinho para inveja me fazer 
voou para uma árvore longe onde eu jamais pude ver.



Sem saber...

Quis saber teu prato preferido, mas não houve tempo. 
Quis saber da tua cor favorita, mas não houve tempo.
Quis saber qual é a música, que tu ouves 
e lembras imediatamente em mim, mas não houve tempo. 
Quis saber de teus planos e desejos, mas não houve tempo.
Quis ouvir novamente tua voz, mas não houve tempo.
No entanto... 
Quando me olhastes no instante derradeiro...o tempo ali parou!



Suicida

Numa avalanche suicida as letras foram se enfileirando
nos tropeços da vida perpetuando-se em eternas dívidas ficando os nós, 
mas cicatrizando as feridas.
Subindo e descendo as loucas avenidas pra dentro do ser, às escondidas 
fuçando nas latas do lixo procurando as palavras na justa medida 
do que se declarou de forma desmedida sem que se notasse a única,
a derradeira: a palavra fria, embargada a palavra crua e despida.



Finalizando

Se partes em partes, me leva.
Se partes, em partes ficas.
E, se o que fica, é a melhor parte, dentro dela tento ajeitar minha vida.
Se partes em partes, morre um pouco em mim. 
Se partes, faz-me morrer um pouco em ti.
 E, se o que fica é a única parte é o que me cabe na parte do fim.



Rê Farah



4 comentários:

Rô Fenero disse...

Conheço essa moça linda desde os nossos 13 anos, sempre foi uma pessoa muito especial, e sempre escreveu muito bem!!! Quando éramos adolescentes eu esperava a cartinha dela toda 5a.feira (ela recebia a minha de 3a.feira, não sei se lembra...), sempre muito bem escrita, sempre teve o dom da escrita, e me fazia e FAZ muito feliz, eu esperava com ansiedade o carteiro em minha casa, que época boa!!!!!

Unknown disse...

Parabéns, minha grande e querida amiga Rê, pelo seu Blog, e pela qualidade de seus trabalhos, pois a cada dia suas poesias ganham mais sabores!
És uma profissinal de muito talento e muitas qualidades!
Que Deus lhe abençoe!

Unknown disse...

Rê minha querida, muito me orgulha ter sua amizade, junto com ela vem carinho, delicadeza, bom humor, alegria...e poesia !!! Muito sucesso pra vc, e que seja sua primeira de muitas realizações poéticas, para nosso deleite :) ! bjbjbj

sulapiesan disse...

Regina é uma alegria te ver tão fascinante, mostrando toda tua sensibilidade e talento. O blog está lindo, à tua altura!!!
Obrigada por se lembrar de mim dentre tantas pessoas que te adoram. Bjos e muito sucesso